sexta-feira, 28 de maio de 2010

Fórmula 1

Retirado de GP Expert

Os mais belos Fórmula 1 de todos os tempos


Os bólidos atuais podem ser os mais rápidos, seguros e avançados, mas num quesito eles perdem de longe para seus antecessores: a beleza. Confira nossa lista com os devoradores de asfalto mais estilosos da história da Fórmula 1.

Mercedes W196 (1954)

Enquanto outros carros da Fórmula 1 dos anos 50 parecem simples charutinhos sobre rodas, o Mercedes W196 foi o primeiro sinal de como as coisas poderiam ser diferentes. Tinha um perfil mais baixo e assentado, com bastante cuidado aerodinâmico, principalmente na versão W196 streamliner com carroceria completa cobrindo as rodas. O modelo foi guiado pelas lendas Juan Manuel Fangio e Stirling Moss, venceu 9 das 12 corridas que disputou, e poderia ter conseguido mais, não fosse a saída da Mercedes da categoria após a tragédia de LeMans em 1955.

Lotus 49 (1967)

Primeiro F1 a ser projetado ao redor do clássico Cosworth DFV V8, o Lotus 49 do genial Colin Chapman foi também o primeiro carro a incorporar o motor como peça estrutural, entre o conjunto de suspensão e eixo traseiro e o resto do chassi. A pintura da foto é a tradicional da Lotus. No ano seguinte, 1968, a equipe seria a primeira a exibir patrocinadores - no caso, os cigarros Gold Leaf. Também seria pioneira no uso de asas e aerofólios. Rápido e frágil, o Lotus 49 foi pilotado por Jim Clark, deu títulos mundiais a Graham Hill em 1968 e a Jochen Rindt em 1970, mas fez de Rindt o primeiro campeão póstumo da Fórmula 1, após espatifar-se em Monza, quando já acumulava 5 vitórias na temporada. Logo depois, seria substituído por outro ícone, o Lotus 72.

Lotus 72 (1970)

Os anos 60 viram os carros de Fórmula 1 ganharem motores traseiros, pneus cada vez mais largos e os primeiros aerofólios. O ápice dessa tendência surgiu justamente no final da década, quando o Lotus 72 foi projetado por Colin Chapman para a temporada de 1970. Seu design tornou-se uma das imagens mais marcantes da história da categoria, tanto pelas brilhantes soluções técnicas (radiadores laterais, perfil aerodinâmico em cunha, freios inboard e estrutura monochoque) como pela pintura negra John Player Special. Emerson Fittipaldi conquistou o título mundial de 1972 a bordo desse carro – que se tornaria também um dos mais longevos e vencedores da F1: até sua aposentadoria, em 1974, acumularia 20 vitórias, dois títulos de pilotos e três de construtores.

Arrows A2 (1979)

Quando o efeito solo e a obtenção de downforce tornaram-se receitas mágicas para a vitória, os projetos passaram a explorar as possibilidades aerodinâmicas como nunca. Uma das tentativas mais bonitas – mas não muito bem-sucedida – foi a do Arrows A2, um bólido cujas linhas ameaçadoras direcionavam o fluxo de ar de modo a colar o carro no chão. Para manter um perfil baixo, o motor foi montado em um ângulo de 4º graus – solução de princípio semelhante à adotada na atual Ferrari F10. Na prática, porém, o A2 se mostrou sensível demais às irregularidades do asfalto, o centro de gravidade era alto e as características de condução, pobres. Durou apenas algumas corridas em 1979, antes que a equipe voltasse a um design mais tradicional.

Ligier JS11 (1979)

Inegável o charme dessa equipe francesa, integrada por pilotos de nomes chiques como Jacques Laffite, Patrick Depailler e Didier Pironi, e patrocinada pela Gitanes, a marca de cigarros preferida de Serge Gainsbourg. O belíssimo esquema de pintura em tons de azul foi cortesia desse apoio. O design do JS11, por outro lado, era fruto direto das pesquisas com o efeito solo, e gerou um corredor competitivo. Em duas temporadas, o Ligier JS11 venceu cinco corridas, mas foi superada nos campeonatos de 1979 e 1980 pelos carros da Brabham e Williams. Aparentemente, o downforce gerado pelo JS11 era tão forte que sobrecarregava as estruturas da suspensão. E uma curiosidade: o JS11 ficou ainda mais famoso depois que virou um dos Transformers de primeira geração, o Autobot Mirage.

Ferrari 126 C2 (1982)

Último grande carro construído pela Ferrari antes do jejum que só seria encerrado pela era Schumacher, a 126 C2 era simplesmente linda. E mortal: foi ao volante de uma dessas que Gilles Villeneuve perdeu a vida. Seu companheiro de equipe, Didier Pironi, seria gravemente ferido em outro acidente, meses depois. Mesmo assim, conquistou o título de construtores de 1982. Um aprimoramento da igualmente bela 126 CK, a C2 era menor e mais leve, tinha um chassi completamente redesenhado, o primeiro monochoque da história da Ferrari. Suas linhas frontais eram simétricas e invocadas, e exibia uma dirigibilidade superior à de sua antecessora. A série 126 C duraria até 1984, acumulando 10 vitórias.

Brabham BT52 (1983)

Subvalorizada no próprio Brasil, a trajetória de Nelson Piquet na Brabham equipara-se às melhores parcerias do esporte, como Jackie Stewart na Tyrrel ou Ayrton Senna na McLaren. Obra do projetista sul-africano Gordon Murray, o BT52 foi concebido após o regulamento da F1 determinar que os assoalhos dos bólidos teriam de ser planos, e não mais em formato de asa invertida. Isso decretou o fim dos carros-asas, mas fomentou o surgimento de uma nova geração de máquinas. O BT52 tinha um formato de flecha composto pela dianteira estreita com radiadores laterais colocados bem atrás. A pintura contribuía para um visual limpo e marcante, e o melhor de tudo: era um vencedor capaz de bater Ferrari e Williams. Com esse carro, Piquet conquistou o segundo título mundial pela Brabham, em 1983.

McLaren MP4/4 (1988)

O mesmo Gordon Murray do bicampeonato de Piquet fracassaria em 1986 ao conceber o Brabham BT55, projeto inovador com perfil baixíssimo, muito aerodinâmico, mas completamente problemático. De mudança para a McLaren, Murray criou junto com o engenheiro Steve Nichols o MP4/4, baseado nos mesmos princípios do BT55, agora favorecidos pelo Honda V6 turbo de apenas 1,5 litro, muito menor que o BMW do Brabham, mas capaz de produzir insuperáveis 900 cavalos de potência. O resultado foi a maior dominação já exercida por um carro em toda a história da Fórmula 1: das 16 corridas da temporada de 1988, a McLaren só não venceu uma. Em dez, houve dobradinha entre Prost e Senna. Visualmente, os MP4/4 de proporções exatas vestia uma das pinturas mais populares do automobilismo – o vermelho e branco da Marlboro, famoso também com a Penske, na Fórmula Indy.

Jordan 191 (1991)

Em 1991, a Jordan virou a queridinha do público: uma equipe estreante jovial, com um irlandês fanfarrão no comando (Eddie Jordan), uma futura lenda do automobilismo no cockpit (Michael Schumacher) e um carro bonito à beça, dono de linhas elegantes e bem equilibradas, coberto por uma pintura verde e azul que parecia pop art. Além de lindão, o Jordan 191 projetado por Gary Anderson foi bastante competente: terminou o campeonato em quinto lugar, atrás apenas das grande Williams, McLaren, Ferrari e Benetton. Imagine a Virgin ou a Hispania conseguirem tal feito hoje em dia?

Williams FW14B (1992)

Por breves anos, no início da década de 1990, a Williams conquistou a hegemonia na Fórmula 1. O modelo FW14 já assustara ao emergir violentamente em 1991, quando quase tirou o tricampeonato de Ayrton Senna. No ano seguinte, não teve jeito: o FW14B projetado por Patrick Head e Adrian Newey simplesmente destruiu a concorrência. Sério candidato ao título de melhor carro de corrida de todos os tempos, ele tinha suspensão ativa, câmbio semi-automático, controle de tração e uma aerodinâmica muito refinada. No peito, batia o motor Renault V10, outro dominador que iniciava seu reinado na F1. Campeão com Nigel Mansell, o FW14B chegou ao cúmulo de ser 3 segundos mais rápido que a McLaren nos treinos para o GP de Silverstone de 1992. Tanto predomínio levou a FIA a banir diversas tecnologias nos anos seguintes. Por causa disso, 18 anos depois, o FW14B ainda é considerado o mais avançado carro da história da Fórmula 1. Também serviu para eternizar a combinação de branco, azul e amarelo que caracterizou a equipe por quase dez anos, e que deixou muitas saudades.

McLaren MP4/23 (2008)

Ron Dennis é comprovadamente um mala, mas não deixamos de admirar a coerência visual de seus carros. Após perder o patrocínio da Marlboro, a McLaren assumiu em 1997 uma identidade prata que atendia aos interesses de todos: a Mercedes, que ganhou uma referência às suas Flechas de Prata dos anos 1950, e a marca de cigarros West, principal patrocinadora na época. O esquema continua parecido até hoje, e ficou ainda mais bonito nos últimos anos, quando a carroceria ganhou um padrão de pintura cromada, ótima tanto na TV quanto na miniatura ali no armário da sala. Poderíamos escolher vários modelos do período, mas fiquemos com o MP4/23 campeão em 2008, um dos poucos designs bonitos em meio ao excesso de aletas e apêndices aerodinâmicos que marcou esse final de década.

Um comentário:

  1. ola obrigado pelos créditos, sempre que quizer pode pegar os posts do GP Expert

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